Aí você conhece um cara bacana. Ele também curte você.
Vocês começam a sair. O lance que era casual assume contornos mais
firmes. O romance engata. Você está pronta para ser feliz para sempre
com o gato quando recebe uma notícia que muda tudo, você vai ter que se
mudar para longe. A novidade te coloca em um impasse: terminar tudo ou
tentar segurar a onda de um relacionamento à distância?
Eu, particularmente, acho relacionamentos à distância meio
complicados. Porque o fato de vocês não estarem fisicamente juntos
funciona como um espécie de catalizador de sensações, para o bem e para o
mal. Se por um lado você vai sentir como se o amor de vocês fosse a
maior coisa do universo, por outro você vai morrer de saudades e se
rolar alguma desconfiança ou insegurança a tendência é que elas alcancem
a estratosfera. Eu não dou conta. Já tentei uma vez e o resultado foi
desastroso.
A coisa mais importante que você precisa avaliar é quão importante é a
presença constante do outro para que o relacionamento siga nos eixos.
Ou melhor, até que ponto você consegue lidar com o fato de que seu
parceiro não estará fisicamente disponível o tempo todo. Porque ninguém
gosta de ficar longe. Afinal, uma das coisas mais gostosas de ter um
relacionamento é poder se encontrar com o outro em qualquer dia para
fazer pequenas coisas juntos, como sair para jantar, fazer compras no
supermercado, ou assistir aquele filme bacana abraçadinho no sofá. Se
vocês moram longe, isso não vai rolar.
Tem gente que lida com essa impossibilidade numa boa. Se você é uma
dessas pessoas, vá em frente. Com algumas adaptações, há grandes chances
da dinâmica do relacionamento de vocês quase não mudar. O contato por
telefone, Skype e demais ferramentas eletrônicas, complementada com
encontros de finais de semana, ou com intervalos maiores, deve ser
suficiente para que os dois continuem felizes. Inveja branca de vocês.
Sério.
Agora, se você é um tipo controlador, ainda que levemente, vai ter
sérios problemas para encarar numa boa o fato de o seu namorado ter uma
rotina de atividades que não inclua você. O que, se você parar para
pensar, é meio doentio. Porque ainda que vocês fossem vizinhos de porta,
o sujeito tem que ter uma vida própria, independente da que vocês tem
como casal.
Como tudo aquilo que envolve o ser humano, também não há regras
rígidas ou respostas certas ou erradas quando o assunto é relacionamento
à distância. Há apenas os limites de cada um e os acordos que cada
casal precisa fazer com o objetivo de garantir a felicidade de ambos. Se
você acha que rola, siga em frente. Se você acha que não segura a onda,
termine ou peça um tempo. Se não sabe, arrisque, na pior das hipóteses
você vai entender como reage em situações como essa. Só não pode ficar
se sentindo culpada se não der certo. Tem coisas que a gente consegue
fazer e tem aquelas que não consegue, inclusive no campo afetivo.